terça-feira, 17 de abril de 2012

Introdução. Parte 1.


 
                Estive pensando nos útimos dias, de onde vem minha bagagem “cultural gastronômica”? E até onde pude chegar, é tudo culpa da minha mãe!
Minha mãe sempre gostou de cozinhar e sempre gostou de variedade. Desde pequena me acostumei ao gosto de temperos diferentes, ervas e ingredientes. Seria normal se eu tivesse nascido em uma cidade grande. Mas não. Eu nasci em uma cidade de 6 mil habitantes, do interior do interior do Rio Grande do Sul. Lucky enough, mamis nasceu em São Paulo, filha de imigrantes iugoslavos (naquela época era um só país, sabem como é...), pai croata, mãe eslovena, o que contribuiu para a extensa bagagem dela.
                Sempre escutei histórias e comentários sobre os pratos feitos na cozinha dos meus avós, pratos eslavos, yakissoba, sauerkraut, dobradinha, rollmops, rolinhos primavera, entre outras misturas. Desde sempre me habituei ao gosto do curry (que minha mãe - até hoje não descobri por que - chama de “quéri”), da pimenta do reino, do shoyu (que até outro dia pronunciava “xôiu”, mas descobri que se pronuncia “xoiú”), do funghi, entre outros.
                Posso somar parte da culpa à família do meu pai também. Família simples, do interior mesmo, onde cresci comendo pão feito na hora e massa fresca. Tomando água de poço e comendo limão-cravo. Vendo porcos, galinhas e bois virarem comida. Fui criada na roça, comendo fruta do pé, procurando ovos de galinha nos ninhos espalhados pelo terreno, colhendo milho e feijão. Fazendo salame e ajudando a tirar leite das vacas. Minhas melhores lembranças de infância são da casa dos meus avós, onde passávamos todos os finais de semana e, às vezes, as férias inteiras.
                Mas voltando à comida... não posso dizer que sempre comi de tudo, como quase toda criança, era bem chata com comida. Mas sempre fui curiosa, isso não posso negar. Lembro de ajudar minha mãe a temperar frango inteiro pra assar, fazer bifes à milanesa para fritar, comer o ovo batido cru (ui) que sobrava dos bifes, picar cheiro verde bem fininho... lembro de brincar com uma panelinha super pequena e colocar folhas e coisas do jardim pra cozinhar no fogão à lenha que tínhamos na cozinha. Eu amava livros também, e existiam muitos na minha casa! Muitos eram de culinária e lembro o meu preferido: um grandão do Leite Moça, acho que foi uma edição especial dos anos 90, as fotos eram lindas!

[Este post é uma introdução e continua outro dia]

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