quinta-feira, 31 de maio de 2012

Comida simples e honesta.


Existem vários modos de fazer bruschetta, no forno, na frigideira, colocando azeite antes, colocando depois, usando manteiga, por aí vai... E dá pra colocar basicamente qualquer coisa em cima que vai ficar gostoso. Basta escolher um bom pão e bons ingredientes. Aliás, esse é o segredo de uma comida simples e gostosa: bons ingredientes.  


Para as minhas bruschettas, comprei uma baguete ciabatta (se é que isso é possível), mas seria melhor um pão de fermentação mais lenta, aquele italiano com a casca mais grossa.  Mas era o que tinha. Resolvi fazer duas coberturas, tomate e ovo.


Para a cobertura de tomate usei tomatinho cereja, mas pode usar tomate normal, desde que tire as sementes. Cortei os tomatinhos, coloquei em uma tigela, juntei manjericão picado, azeite de oliva e flor de sal. Pode parecer frescura, mas a flor de sal dá um acabamento muito melhor que sal normal, portanto em todas preparações cruas eu uso a flor de sal (que nada mais é que sal marinho, não refinado e não iodado). Deixe a mistura curtindo enquanto faz as outras coisas.
Enquanto isso, coloquei um fio de azeite em uma frigideira anti-aderente e coloquei as fatias de pão. Corte as fatias não muito finas, um pouco mais de um dedo de espessura. Deixei dar uma boa tostadinha de um lado, virei, esfreguei um dente de alho nas fatias e deixei tostar do outro lado. Desliguei o fogo e deixei o pão na frigideira pra ficar quentinho enquanto fazia meus ovos.


Os ovos fiz poché, que é aquele cozido na água. Peguei uma panela, coloquei água suficiente para cobrir bem os ovos e esquentei até que ela ficasse com bolhinhas, mas não fervendo. Em inglês chama “simmer”, acho que não tem uma palavra pra isso em português, seria bem mais fácil. (Google sugeriu “fervilhar”) Quebre o ovo em uma tigelinha, e coloque gentilmente na água, muito devagar, use uma colher pra fazer a clara ficar mais perto da gema. Deixe dois minutos para gema mole com adrenalina e cinco para gema dura sanitariamente correta. Não deixe a água ferver, se for o caso, desligue o fogo. Retire da água com uma escumadeira, com muito cuidado. Um dos meus quebrou nessa hora, mas tudo bem.  Caso tenha achado muito complicado, pode fazer frito ou mexido mesmo. Lembrando que pro ovo mexido ficar bom de verdade, tem que fazer no fogo baixo e ir mexendo delicadamente até cozinhar. Nada de deixar o ovo ficar duro e seco.
Quando os ovos ficaram prontos, montei no prato duas torradinhas com ovos e três com a mistura de tomate com manjericão. Ainda coloquei um pouco de ricota nas bruschettas de tomate. Não dá pra explicar como uma coisa tão simples fica tão boa. 



sábado, 26 de maio de 2012

Strogonoff com firula.


                Normalmente eu faço estrogonoff mais simples, mas achei uma receitinha que decidi testar. Chamei “com firula” porque tem que flambar a carne. É, botar foguinho! O que foi bem divertido, pra falar a verdade. A receita eu achei aqui enquanto pesquisava novos restaurantes.
                Modéstia à parte, quem prova meu estrogonoff (o normal que eu faço sempre) gosta muito. Mas acho que é porque eu uso alguns ingredientezinhos que as pessoas normalmente não usam no estrogo. Eu costumo usar tomate fresco e só um pouco de molho pronto, coloco um pouco de ketchup (por causa do açúcar, que deixa o tomate mais gostoso), um pouco de mostarda, uma pitada de curry e um pouco mais de páprica. Também um pouco da água do champignon, pra dar um gostinho. Tem que ficar um leve azedinho da mostarda e do champignon.


             Essa receita que achei também usa o tomate fresco e a mostarda. E fica bem parecida com a minha clássica. Só que melhor! Na receita, dizia pra flambar com conhaque, mas não tinha aqui em casa. O substituto certo seria uísque, mas aqui só tem uísque bom (mentira), em compensação, tem milhões de garrafas de grappa que foram compradas só pela garrafa e, convenhamos, niguém toma grappa! Não seria uma receita minha se eu não inventasse alguma coisa em cima da original, já disse que é por isso que nunca fiz bolo.
               Outra coisa importante, é que normalmente eu uso coxão mole pra fazer o estrogo. Acho que tem mais gosto. Mas tinha um pedaço de filé aqui e a receita pedia filé, então fiz com filé e não me arrependo. Tem até uma foto da carne pra mostrar que linda que estava! Tá vendo esses branquinhos? É a marmorização da carne, a gordura entremeada. Ui. Mas é isso que a deixa macia e gostosa.

Desculpem-me vegetarianos. 
                Bem, então, to com preguiça de escrever os ingredientes, então vou apelar pro amigo ctrl.

Ingredientes
500 gramas de filé mignon cortado em tirinhas
1/4 de xícara (chá) de manteiga
1 cebola picada
1 colher (sobremesa) de mostarda dijon
1 colher (sopa) de molho de tomate
1 pitada de pimenta-do-reino
1 tomate sem pele picado
1 xícara (chá) de champignon cortados (pode ser comprados no supermercado)
50 ml de creme de leite fresco
30 ml de conhaque
Sal e noz moscada a gosto

                Não consegui nem pensar em usar ¼ de xícara de manteiga, apesar de adorar manteiga. Então coloquei duas colheres e completei com um pouco de azeite de oliva. Uma cebola também era muito, minhas cebolas eram grandes, então foi meia. Pra tirar a pele do tomate é fácil: ferva um pouco de água, deixe o tomate imerso por dois minutinhos, tire a água, coloque água fria só pro tomate esfriar mais rápido e dá pra tirar a pele com a mão, puxando (é bem divertido parece quando a pele sai depois daquele queimão do sol hahahaha).  O creme de leite eu usei o de latinha (é mais gostoso que o de caixinha) porque não quis usar o fresco, muito gordo! Caso queira uma versão light, é só usar iogurte natural, fica gostoso, mais azedinho.  Noz moscada ralada na hora, hein? Sem preguiça!
               Deixei a manteiga derreter de leve no azeite e coloquei a cebola com uma pitadinha de sal pra não dourar. Quando tava transparente, coloquei a carne (normalmente, faço ao contrário, primeiro douro a carne, depois coloco a cebola, não acho que altere nada, só cuidado para não queimar a cebola caso coloque antes da carne). 


Quando a carne tava marronzinha já, joguei um shot de grappa (ou conhaque, ou uísque) e taquei fogo com um fósforo. Sem medo agora, espere o fogo apagar sozinho. Quando o fogo apagou, coloquei o molho de tomate, o tomate, a mostarda e um pouco de água. Deixei tampado até o tomate derreter, aí joguei o champignon. Ajustei o sal, coloquei a noz moscada e a pimentinha. Deixei cozinhar e engrossar o molho, baixei bem o fogo e coloquei o creme de leite. O creme é só antes de servir mesmo, não precisa cozinhar muito. Pronto!

Fire!

                Sirva com arroz e batata palha! Não fica a mesma coisa sem a batata. E coloque do ladinho, não em cima, assim ela não amolece antes do tempo. 


terça-feira, 22 de maio de 2012

Ribs on the Barbie no forno da sua casa!


                Quer uma receitinha carnívora super fácil e que rende muitos elogios? Então faça uma costelinha estilo barbecue. Ou estilo americano. Ou estilo Outback. Ou... é, acho que Outback já diz tudo. Quem não gosta das Ribs on the Barbie?! Eu adoro... mas além de caro, não é toda cidade que tem o restaurante. Em Floripa mesmo só abriu no começo desse mês.


                A única receita que eu testei e que já ganhou a família toda tirei daqui: Sweet and Smoky Oven Spareribs, claro que dei uma adaptada, mas é basicamente isso. Lendo a receita até parece difícil, mas experimentem fazer que vocês vão ver como é fácil! E melhor, quase não dá trabalho. Única coisa é que precisa de muitos ingredientes para fazer o tempero. Caso não tenham algum, comprem. Vocês podem fazer mais coisas gostosas depois. Ou mais costelinhas, quem sabe?
                Primeiro, compre uma peça de costela de porco inteira e sem tempero. Uma peça de 1,5kg dá tranquilo para 4 pessoas. Mas pode fazer mais, caso tenha um forno maior e congelar já assada.
                Segundo passo, misturar os ingredientes do tempero.  Você vai precisar de: açúcar amarelo mascavo, sal, alho, cravo da índia moído, canela, páprica doce, pimenta calabresa, alecrim e vinagre de vinho branco. Pra ficar ainda melhor, use um pouco de páprica defumada.  As quantidades são estas:
1 xícara de açúcar mascavo
2 colheres de chá de sal
2 dentes de alho moídos
Uma pitadinha de cravo moído
½ colher de chá de canela, ou um pouco mais, se preferir
3 colheres de sopa de páprica doce
½ colher de chá de pimenta calabresa, ou mais caso queira mais apimentado
2 colheres de sopa de vinagre branco
1 colher de chá de alecrim picado



                Misture os ingredientes e passe na costela, dos dois lados. Embrulhe em duas folhas de papel alumínio (o lado brilhante pra dentro!) e coloque no forno alto. 



Depois de 30 minutos, coloque o forno no mínimo e esqueça as costelas por no mínimo 3 horas e meia. O ideal é entre 5 e 6 horas de forno, mas com 4 horas já fica bom. Quando estiver quase na hora de servir, desembrulhe as costelas e deixe mais uns 15 ou 20 minutos no forno, só pra dar aquela secadinha. Quando servir, jogue o molho que ficou no alumínio por cima da carne. Pronto!! Babe com a carne suculenta e soltando do osso.



                O bom dessa receita é que dá tempo pra descansar e só depois pensar no acompanhamento. Idéias para acompanhar: purê de batata, polenta, brócolis puxado no alho, batata assada, chucrute, etc. Fica melhor ainda se servir com molho barbecue! Eu ainda não tentei fazer, mas no mercado tem de várias marcas diferentes. Conforme for fazendo essa costela, que óbvio que não será feita apenas uma vez, você pode ajustar o tempero ao seu gosto, mais doce, menos doce, mais apimentado, mais defumado... 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Porquinho no gengibre.


                Voltando à minha fase de sabores orientais, decidi comprar um pedaço de porco na última ida ao mercado. Não costumo mais comprar carne vermelha, ainda não sei fazer peixe direito e estava cansada de frango... então porco!
               Adoro carne de porco com gengibre, acho que combina demais! Então foi fácil ter a ideia pro jantar: carne de porco com gengibre, brócolis e moyashi (broto de feijão). Estou sentindo que esse post será o mais curto desse blog, mas fazer o quê? A receita é muito simples!


                Foi assim: cortei o porquinho em pedacinhos, ralei muito gengibre em cima, coloquei uma colher de vinagre de arroz, umas duas ou três colheres de shoyu (light!!) e deixei descansar enquanto cuidava dos outros ingredientes. Deixei o arroz cozinhando, lavei o moyashi e cortei o brócolis em buquezinhos menores.

 
                Esquentei bem a frigideira e joguei o porco, quando ele já estava quase dourando, joguei o brócolis, o moyashi e um pouquinho de água (bem pouquinho, só pra dar uma molhada). Refoguei bem, joguei um pouco mais de shoyu e pronto!


                Dá pra comer o prato sozinho, com macarrão de yakisoba, com bifum (aquele macarrãozinho de arroz, que fica transaparente) ou como eu comi, com arroz! Uma dica: pode colocar gengibre sem medo, eu tive que colocar mais no meio do cozimento porque achei fraco e ainda assim podia ter colocado muito mais! Outra dica: o prato fica bom com carne e com frango também! E a explicação de como fazer o arroz vocês podem encontrar aqui


terça-feira, 8 de maio de 2012

REVIEW: Almoço: Wa Sushi e Obentô, Florianópolis.


                Um dos propósitos desse blog é falar de restaurantes, o que, aliás, foi o motivo principal para eu começar o blog! Mas parece que ficou um pouco de lado depois que me animei com as receitinhas. Bem, voltando às opiniões sobre restaurantes, hoje quero falar de um restaurante relativamente novo que fica na Trindade, o Wa Sushi e Obentô. A localização é mais fácil impossível, fica na frente da Academia Racer e ao lado do famoso Xande (que é um dos melhores xis de Floripa)! Fui almoçar ali sem grandes expectativas, mas me surpreendi tanto pela qualidade e preço que tive que escrever aqui!
                Como falei, a qualidade me surpreendeu. A casa trabalha no estilo express, então existem os combinados prontos, mas pode-se fazer pedidos na hora também, tanto de sushi quanto de temaki. Dava pra ver que os combinados eram recém feitos, e dando aquela olhadinha na vitrine onde ficam os peixes vi que estava tudo fresquíssimo. Também dá pra perceber que o local é muito bem higienizado, assim, só de olhar. Gostei também do ambiente, não existem mesas na parte de dentro, apenas balcões, e muita gente vai almoçar sozinha.
                Escolhi um combinado de salmão com três nigiris, dois dyos (enroladinho com o salmão, sem alga, e com salmão por cima), dois shakemakis (enroladinho de salmão) e dois uramakis filadélfia (salmão com cream cheese, com o arroz por fora), por R$13,50. Achando que seria pouco, pedi uma porção de kappamaki (enroladinho de pepino) por R$3,50.



Gostei tanto do combinado, que já na metade pedi um temaki de salmão com cream cheese, por R$8,00. O temaki estava especial, eram cubinhos de salmão e não restos como alguns restaurantes fazem, a alga estava bem sequinha e não exageram no cream cheese. Final das contas nem deveria ter pego a porção de kappa, porque quase não consegui terminar o temaki!


Sobre os preços então, o temaki de salmão no folder está por R$12,00, mas no restaurante tem uma plaquinha dizendo que R$8,00 é preço promocional. Sinceramente, espero que eles continuem com os oito reais, porque 12 é caro por um temaki mas oito é muito honesto! Dá pra almoçar temaki tranquilo, comendo três a conta fica em R$24,00. Eu, particularmente, fico satisfeita fácil só com dois. Dá pra ver melhor os preços nas fotos abaixo, clicando elas ficam maiores. Achei tudo muito honesto.
Outra coisa interessante é que o restaurante fica no mesmo lugar que uma loja de produtos orientais que já existia no local, então além de comer, podemos aproveitar para fazer umas comprinhas.






Wa Sushi e Obentô
Rua Lauro Linhares, 1371 
Trindade,  Florianópolis.
Aberto de segunda à sexta das 11h às 22h e aos sábados das 11h às 14h.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Pra passar no pão.


                É, eu sei, berinjela de novo... mas como eu disse, dá pra fazer tanta coisa com berinjela! E essa receitinha fiz por preguiça de inventar alguma coisa com as berinjelas que estavam na geladeira há algum tempo já. Então decidi fazer uma pasta de berinjela. Ficou bem parecida com o babaganush, aquela pasta de berinjela que encontramos em restaurantes árabes, só que sem o tahine (pasta de gergelim).


                Essa pasta é ótima para quem quer fazer um lanchinho super gostoso e mais saudável. E o melhor é que nem parece que é verdura, ela fica com uma consistência boa, meio amanteigada assim, tipo gorda. Só que não.
                Olha só que fácil foi: antes de ir dormir, eu coloquei duas berinjelas inteiras no forno, deixei uns 40 minutos, desliguei o forno sem abrir e fui dormir. No outro dia as berinjelas estavam bem murchinhas. Não precisa deixar de um dia pro outro não, é só deixar no forno até elas murcharem bem e pronto. Só que fazendo à noite, no outro dia elas estavam frias e pude manuseá-las sem problemas.



                Abri as berinjelas, tirei a polpa com uma colher, misturei um dente de alho moído, sal e um pouco de azeite de oliva. Misturei bem e pronto! Só isso.


                E como comer? Pode comer simplesmente na torradinha, ou pode fazer uma massa e misturar (com manjericão fica perfeito). Também combina com atum, caso precise aquela proteína a mais. Dá pra fazer sanduíche também, com rúcula e mussarela. Hmmm.

Com massa integral, manjericão e parmesão.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Gordice light de maçã


                Minha geladeira estava cheia de frutas, mas esfriou tanto aqui em Floripa que a última coisa que eu tinha vontade de comer eram frutas da geladeira, sabe como é...  Até que mamis teve uma ótima ideia que reproduzi hoje única e exclusivamente para tirar fotos para este post. Aham.


                Acho essa receitinha absurda de tão fácil, e é tão gostosa. Quentinha, docinha e bem mais leve na consciência que um super bolo de chocolate ou coisas do gênero. Por isso que eu disse que é light, mas é mentirinha, light pode não ser, mas juro que é saudável e natural. E ainda mata toda a vontade de comer aquela sobremesa gorda. Vamos ao que interessa: dá pra fazer só com maçã, só com ameixa, com banana, misturar. Eu gosto muito da ameixa assada, ela perde aquele azedinho característico e vai bem com a maçã. A maçã assada com canela é um clássico, não preciso eu dizer o quanto é bom.
                Pra quatro porções foi assim: peguei duas mini maçãs (pode usar só uma normal, de preferência Fuji), duas ameixas pretas e cortei em cubinhos. Coloquei nas tijelinhas e salpiquei canela. Só.



Aí fui pra farofinha que vai em cima e que deixa tudo perfeito: quatro colheres de aveia em flocos finos, um resto de granola que tinha em casa (umas quatro ou cinco colheres), quatro colheres de açúcar amarelo mascavo (mais, caso queira mais doce) e uma colher bem cheia de manteiga. Mexe com as mãos (sem nojinho!) até formar uma farofa grossa, se ficar muito seca, é só colocar mais manteiga. O gostoso é que o açúcar derrete junto com a manteiga e deixa as frutas molhadinhas e macias. Depois é só cobrir as tijelinhas com a farofa e tacar no forno! Pode ser forno médio mesmo, por uns quarenta minutos.


Caso possa fazer gordices, fica perfeito com sorvete de creme. Outro toque é ralar um pouco de gengibre e misturar com as frutas. 


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Hoje é dia de risoto!


                Um dos meus pratos favoritos é o risoto. Um prato simples, quentinho e reconfortante. Por isso que ganha o status de comfort food. Meu problema com o risoto é que é sempre uma incógnita pedir risoto em restaurantes que não são especializados. Os três erros mais comuns são: não usar o arroz adequado, cozinhar demais ou cozinhar de menos.
                O risoto é um prato muito fácil de ser feito, só requer um pouco de paciência para ficar mexendo e colocando caldo aos poucos. Acho que é por isso que eu gosto tanto de fazer risoto, adoro comidas que eu posso ficar mexendo e provando o tempo todo!
                Normalmente o restaurante que não sabe fazer risoto ou quer economizar nos ingredientes, usa arroz normal e soca um monte de caldo e tempero pra ficar empapado. Ou, ainda pior, usa creme de leite para deixar cremoso. Risoto de verdade é cremoso por causa do arroz certo: Arbóreo, Carnaroli ou Vialone Nano. O arbóreo é o mais comum nos mercados por aqui, e é bem barato. Principalmente se levarmos em consideração que não vamos fazer risoto todo dia e que o arroz aumenta três a quatro vezes o seu volume quando pronto.
                A receita básica de risoto leva cebola e alho picados, vinho branco, caldo, arroz e manteiga. Duas consideração importantes: é vinho branco. Seco. Não adianta colocar chardonnay doce que vai ficar horrível. Melhor é omitir o vinho (uma pena) caso não tenha um vinho bem seco. Outra: é manteiga. Manteiga não é margarina. E sem sal, de preferência. Aí incrementamos a receita base com o que quisermos ou com o que tiver na geladeira! Agora, chega de reclamar e vamos à receita: Risoto de aspargos. Eu usei aspargos porque achei uns bonitos no mercado, mas se fizer a mesma receita com abobrinha cortada em cubinhos sem as sementes fica perfeito também!


                Cortei meia cebola pequena e dois dentes de alho grandes bem picadinhos, dei uma refogada de leve no azeite de oliva com uma pitadinha de sal e fui colocando o arroz. Pra medir o arroz, eu uso minha mão em concha, cada duas conchas servem uma pessoa. Nesse dia foram quatro conchas bem cheias. Deixo o arroz refogar um pouco com o alho e a cebola, mexendo sempre. Em hipótese alguma pode dourar. 



                Depois de refogar um pouco, coloco meio copo de vinho e mexo até o arroz absorver tudo. Quando absorveu, vou colocando o caldo, mais ou menos meio copo de cada vez e vou mexendo (tirando bem o arroz do fundo) até absorver. Cada vez que secar, coloca mais meio copo. Eu faço meu próprio caldo de galinha, faço e coloco em formas de gelo pra ter cubinhos de caldo quando precisar, assim fica mais gostoso e BEM mais saudável. Qualquer dia desses falo melhor sobre o caldo, agora voltemos ao risoto. Quando o arroz dobrou de tamanho, é a hora de provar o sabor e ajustar o sal (cuidado com o sal se for usar caldo pronto em cubos, que já é bem salgado). Tudo certo, continua colocando o caldo até o arroz ficar pronto, no ponto al dente. Al dente é quando o arroz está cozido mas não mole, quando ainda sentimos os grãos ao comer. Pra saber a hora certa, só provando, mas dificilmente um arroz de qualidade passa muito do ponto. Então, quando senti meu arroz quaaaase quase pronto, coloquei os aspargos, mexi um pouco, desliguei o fogo, coloquei uma boa colher de manteiga no meio e tampei. Deixei uns minutinhos até a manteiga derreter, abri, mexi, coloquei um punhado de parmesão ralado, mexi e pronto!



                Para servir, em caráter totalmente opcional, raspas de limão siciliano. E como o risoto era o prato principal, alguma coisa crocante. Aqui usei uma tortilla pronta que tinha na geladeira, torradinha no forno. As raspas de limão dão um toque muito gostoso, assim... aromático. Combinou muito bem.
                

terça-feira, 24 de abril de 2012

Berinjela gratinada para quem diz que não gosta de berinjela.



Se tem um legume (ok, tecnicamente um fruto) que sofre preconceito, é a beringela! Nem o nome não se sabe ao certo, se é com J ou G. Principalmente de gente preconceituosa com leguminhos ou gente que comeu uma mal feita uma vez na vida e jurou nunca mais. Dizem que é amarga e não sei mais o quê, mas nunca senti nada. Para mim e para muita gente que venceu o preconceito contra o nome dela, é um dos legumes mais gostosos que existe! Sem contar que é super versátil, vai na salada, na massa, no pão, pura grelhada, tudo! Casa perfeitamente com alho e pimenta do reino.
A nossa amiga exige alguns cuidados básicos na preparação, mas nada muito difícil. Simplesmente deve-se cortar alguns minutos antes de usar, jogar um pouco de sal e deixar ela perder água, depois pode secar de leve com papel toalha. Outro cuidado é colocar pouco óleo ou azeite enquanto ela estiver crua, pois ela age como uma esponja.
                Enfim, tudo pronto, vamos à minha receitinha preguiçosa. Digo preguiçosa pois já tinha a berinjela grelhada guardadinha no freezer e resolvi fazer assim, sem muito planejamento. Caso você não seja a rainha ou o rei do freezer como eu que congela tudo até leite, pegue a berinjela e prepare como dito antes, depois é só colocar para grelhar. Eu usei minha frigideira amada da Neoflam sem óleo algum. Mas pode usar uma frigideira normal com pouca gordura ou aqueles grills elétricos. Ou ainda uma sanduicheira! Juro. Deixe ela ficar bem douradinha.


                Com a berinjela pronta, faça um molho branco, ou bechamel, ou como queira chamar. Pode fazer a receita da preferência. A minha é: Duas colheres de manteiga, derrete. Uma ou duas colheres de farinha, mistura até ficar uma massinha grossa. Vai juntando leite aos poucos, umas duas xícaras. Cuidado para ir colocando o leite aos poucos e mexendo ao mesmo tempo, se colocar muito rápido empelota e fica estranho. Vai cozinhando até ficar bem cremoso. De tempero para o molho só sal e noz moscada (raladinha na hora!).


                Para montar eu usei forminhas de suflê tigelas para porções individuais, fica tão bonitinho! Mas pode fazer sem problemas em um refratário grande, só alterar as quantidades e fazer o tamanho conforme o número de bocas famintas aguardando. Para três pessoas que comem pouco foi meia berinjela grande e um tomate pequeno. De qualquer modo, voltando à montagem: coloquei uma fatia de beringela, uma de tomate, um pouco de manjericão picado, meia fatia de queijo (usei mussarela light) e uma boa colher de molho branco. Refiz a ordem. Coloquei mais uma fatia de berinjela, um pouco de molho branco, mussarela e ralei parmesão em cima. Em alguma das camadas eu coloquei um pouquinho de alho moído, mas bem pouco pois não ia ficar muito tempo no forno.




Como ficou muito alto, coloquei as tijelinhas em uma forma com um pouco de água, caso borbulhasse e escorresse, seria mais fácil de limpar. Assei até ficar bem douradinho e pronto! O acompanhamento perfeito seria uma saladinha pra balancear todo o queijo, mas combina bem com arroz também. 



domingo, 22 de abril de 2012

Alcachofra e panqueca de lentilha improvisada



                Estava em casa, à noite, aquela fome começando a bater e comecei a pensar no que eu poderia fazer que fosse rápido, quentinho e gostoso. Lembrei de ter comprado duas alcachofras porque estavam baratas e pareciam frescas. Resolvi aproveitar, já que não é sempre que se acha alcachofra por aqui, muito menos barata! Nada parecidas com as alcachofras que eu lembrava da minha infância, que eram bem gordinhas na parte de baixo, nem das italianas que eu via no mercado de lá... mas resolvi arriscar.
                Na minha ingenuidade achei que seria rapidinho limpar a tal da alcachofra, mas eu nunca tinha feito isso, em casa quem fazia era minha mãe. Eu só sabia que deveria abrir a flor e tirar os espinhos de dentro. Aham. Sério, que negócio difícil! Peguei uma faca e tentei escavar, não deu. Pensei em dar uma pesquisada na internet, mas já estava com a mão na massa e com o orgulho ferido e decidi continuar com aquela raivinha crescendo die motherf*cker, die!!. Ok, peguei meu boleador e continuei. Muita sujeira depois, muito esforço e a fome já enorme, alcachofra limpa.



                Fiz o recheio básico da mamis, só com farinha de rosca, alho, sal e azeite. E coloquei a bichinha para cozinhar. Dois dedinhos de água, panela tampada, fogão.


 Nisso lembrei que tinha um restinho de lentilha na geladeira, mas não queria esquentar, não ia combinar. Num acesso de loucura criatividade, juntei um ovo, sal, alho, farinha e fermento à lentilha, fiz um creme grosso e fritei na minha frigideira antiaderente. Deu super certo!!


  
                Alcachofra pronta, depois de uns 15 minutos (quando ela começa a mudar de cor e a ficar levemente acinzentada), panquequinha pronta, fui comer. Aaah que saudades de alcachofra! Adoro o gostinho metálico que ela deixa na boca, adoro puxar as pétalas e morder a carninha que fica, hmmmm.... chegando ao final das pétalas, decidi abrir pra comer o “coração”. Decepção. Não estava bem limpa e tinha muito pouca “carne”. Tirei o resto dos espinhos como pude, procurei o máximo de partes comíveis ali e terminei meu jantar. Satisfeita, afinal.